REPORTAGEM DO JORNAL O MOSSOROENSE EM 2007

A rotatividade de estrangeiros no município está em alta. Os motivos são os mais variados. Seja a passeio, a trabalho, para fixar residência ou até mesmo cumprir uma "missão", como é o caso dos missionários da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias que vêm dos Estados Unidos da América (EUA) e outros países evangelizar em Mossoró.
Elder Chamberlain, 20 e Elder Maldonado, 21, são alguns deles. Naturais de Washington D.C. (EUA), eles retornarão para sua cidade-natal em dois anos. Durante o período em que estão no município, os mórmons visitam a comunidade em geral, diariamente, das 10h às 21h30. Os cultos da igreja são celebrados aos domingos, sempre no horário das 9h às 12h e das 15h às 19h.
Diariamente a dupla vai a cinco residências e também conversa com as pessoas quando passam pelas ruas. "Oferecemos serviços, pois gostamos de ajudar. Pintamos paredes e limpamos quintais sem recebermos nada em troca", destaca Chamberlain com um forte sotaque americano.
Quando chegou ao Brasil, este disse que passou dois meses no Centro de Treinamento de São Paulo para aprender a falar português. Chamberlain está no país há um ano e três meses (faltam nove meses para o seu retorno aos EUA) e Maldonado está no Brasil há apenas três meses. Mossoró conta atualmente com 16 missionários.
Chamberlain é mórmon desde os quatro anos de idade e Maldonado entrou para a igreja mais tarde, aos 16. De acordo com o membro da igreja há cinco anos, Abrahão Lopes, a cada dois ou três meses, os missionários vão para outra cidade. Geralmente eles andam em dupla, sempre com a "missão" de evangelizar. Eles são proibidos de namorar.
"Eles devem se dedicar as coisas de Deus durante o período que estiverem em missão e quando voltarem para casa vão poder namorar, casar e ter filhos", esclarece.
Abrahão explica que Mórmon foi um profeta da antiguidade que recebeu uma tarefa do Senhor: resumir cerca de 1.000 anos do registro que era feito pelo povo do Convênio do Senhor em um livro.
"A maioria dos missionários que vem de fora, principalmente dos Estados Unidos, nasceram de pais que são da igreja. Então, desde criança eles juntam dinheiro para a missão e faculdade. Aqueles que não podem pagar, a igreja custeia através de doações que recebe dos outros membros", disse Lopes.